CONTEMPLEM!!! O TRATADO SOBRE A MAGIA VANCIANA!!!
Livro bom! |
Durante muito tempo, as regras de conjuração de magia de D&D foram baseadas e inspiradas na literatura de Jack Vance. Devido a isso, esse conjunto de regras era chamado de sistema vanciano de magia.
Naqueles tempos, o mago memorizava as magias que iria conjurar durante o dia na meditação matinal. Se o mago conhecesse 100 magias, ele precisaria associar a cada uma de suas cargas uma magia específica. Se ele escolhesse associar bola de fogo e não voar, ele não poderia conjurar voar, mesmo se precisasse e tivesse a magia em seu grimório. Ou seja, nada de conjuração espontânea.
O problema mecânico dessa abordagem na minha opinião é que ela não apenas torna a classe do mago menos atrativa, como também aumenta o tempo de preparação do jogador conjurador em detrimento do tempo de aventura. A quinta edição, finalmente, tornou a conjuração do mago espontânea coisa que já era feita devido as nossas regras da casa.
Mas a grande questão é sobre o fluff. Aparentemente, a justificativa do sistema vanciano de magia não faz sentido. É compreensível o mago só conseguir memorizar uma certa quantidade de fórmulas mágicas durante o dia, afinal, ele possui limitações. Mas nesse sistema, após a conjuração do encantamento, a fórmula mágica simplesmente desaparece da cabeça do mago e ele não pode voltar a conjurar a magia novamente durante o dia. Mas que? heheehe.
Agora eu vou explicar o pulo do gato. A questão não é o mago, mas sim a fórmula mágica. A magia e o poder estão na fórmula em si só e não no mago. Imagine uma fórmula tão poderosa que após a leitura ela invade sua mente e se aquartela na sua cabeça até ser liberada. É por isso que o pergaminho perde seu poder após um único uso e o conjurador, mesmo tendo o pergaminho nas mãos, só possui uma chance de copiar a magia.
O seguinte trecho do livro Suldrun's Garden exemplifica minha interpretação:
Casmir considered himself a patron of the magical arts. In a secret chamber he kept a number of curios and magical adjuncts, including a book of incantations, indited in illegible script, but which glowed dimly in the dark. When Casmir ran his finger over the runes a sensation peculiar to each incantation suffused his mind. He could tolerate one such contact; twice caused him to sweat; thrice he dared not lest he lose control of himself.
Casmir se considerava um patrono das artes mágicas. Em uma câmara secreta, ele mantinha uma série de curiosidades e acessórios mágicos, incluindo um livro de encantamentos, escrito em letra ilegível, mas que brilhava fracamente no escuro. Quando Casmir passou o dedo sobre as runas, uma sensação peculiar a cada encantamento inundou sua mente. Ele poderia tolerar um desses contatos; duas vezes o fez suar; três vezes ele não se atreveu a perder o controle de si mesmo.