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SONHO E MÁGICA!!! Venha incauto aventureiro... feche os olhos... adormeça... CONTEMPLE através do sonho os segredos de Amalgamos.
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sábado, 4 de setembro de 2021

A Queda de Star Wars - Parte 3 - A Espinha Dorsal


 CONTEMPLEM!!! A QUEDA DE STAR WARS - A ESPINHA DORSAL
Um cânone muito distante

O objetivo desse tópico é mostrar a essência de Star Wars. O que faz Star Wars ser o que é, o barro primordial que existe tanto na trilogia original como na prequela e o que fez você gostar da obra. Irei apenas expor fatos e você caro leitor facilmente concordará comigo, pois após minha análise e sistematização as características levantadas se tornarão evidentes como fundamentais.

Mas antes, deixe-me levantar um ponto já repetido várias vezes nesse blog. Apesar do cenário ser importante, ele não determina o espírito da obra. Aqui vai um exemplo forte para justificar essa afirmação: Não é um monstro de tentáculos do Além-Mundo invocado por um grimório antigo que vai caracterizar a história como horror cósmico. Não! É necessário para tal o encontro com um conhecimento impossível de ser suportado, a negação do sentido e de todas as crenças, a indiferença do cosmos e a demonstração da e insignificância do homem... tudo isso trazendo consigo a insanidade.

Dito isto, vamos dissecar Star Wars em sua estrutura mais básica.

A Dicotomia como Elemento Fundante
Star Wars é uma obra do bem contra o mal. Ela é preta e branca. Uma dicotomia pura. No plano macro temos um conflito galáctico onde a Aliança representa o bem e a liberdade e o Império representa o mal e o autoritarismo utilizando de medo e força para exercer seu poder. No plano micro, temos a força regendo os princípios do protagonista e claramente dividida no lado luminoso que representa a dignidade, honra e virtude e no lado sombrio que representa malícia e corrupção. Sem a dicotomia, Star Wars não é Star Wars.

Os 3 Planos da Narrativa
A partir da dicotomia inicial a narrativa em Star Wars pode ser repartida em 3 planos: (1) o conflito galáctico, (2) o conflito interno do protagonista, (3) a equipe principal. 
  • O Conflito Galáctico: São os momentos de guerra e combate entre as facções que irão determinar o futuro do universo no cenário. Nesse momento se trabalha o épico da obra, parte fundamental. 
  • O Conflito Interno do Protagonista: Momentos onde o protagonista deve enfrentar questões morais, seus medos e paixões. Fundamental pra densidade a obra e desenvolvimento o personagem principal.
  • A Equipe Principal: É na aventura da equipe principal que serão unidas as 2 narrativas acima. Nesses momentos são trabalhados os arcos dos coadjuvantes além de serem tratados outros temas que permeiam a obra como: romance, camaradagem, tutela e aliciação.

A Jornada do Herói
Outra característica marcante de Star Wars é uso da jornada do herói (ver O herói de 1000 faces). Essa estrutura mítica sistematizada por Joseph Campbell já foi várias vezes utilizada no cinema tanto em sucessos como em fracassos. Outro bom exemplo de filme que usa essa estrutura é o Rei Leão.

Eis um resumo porco da jornada para quem nunca sequer ouviu falar:
A jornada

Épico Espacial
Star Wars é épico (como já mencionado). Ser épico não é uma questão de grandeza de escala e sim de grandeza de espírito. Para algo atingir esse ponto é necessário heroísmo, dignidade, coragem, superação de adversidade e sacrifício.

O Cenário
Apesar do cenário não fazer parte da minha crítica, obviamente, ele tem seu lugar na essência de Star Wars e ajuda a compor a genialidade da obra. Para análise não ser incompleta vou discorrer dos fundamentos do cenário:
  • O Passado do Futuro: O futuro de Star Wars possui um passado, isso pode ser visto nos ferros-velhos, no maquinário sujo e defeituoso e também nas condições sociais dos diversos mundos. A forma de retratar o passado na obra é sensacional e inovadora.
  • O Sabre de Luz e a Força: A importância desses 2 elementos no cenário ultrapassa a estética. Eles permitem a convivência de forma coerente de dois arquétipos fundamentais de difícil interação, o espadachim e o pistoleiro. Geralmente, esses arquétipos não se dão bem, já que a espada é irrelevante perante a arma de fogo.
  • A Trama Política: Duas facções combatendo uma contra outra em busca do domínio da galáxia. Na minha sistematização, a trama política analisada dentro do cenário carece de valoração. Ou seja, desde que existam 2 facções lutando, independente delas serem boas ou ruins, o cenário está composto.

O Resultado Final
Contemplem a essência de Star Wars! Vejam que diamante, que joia maravilhosa! Entendam o quanto essa obra é inestimável. Não é um desenho, uma hq ou uma série que será capaz de substituir essa obra-prima e entendam o que a Disney destruiu. No próximo tópico iniciarei minha crítica expondo a desconstrução sofrida pela franquia.

A Queda de Star Wars - Parte 2 - Eu e a Franquia

CONTEMPLEM!!! A QUEDA DE STAR WARS - EU E A FRANQUIA 
A muito tempo atrás...

Na minha tenra infância, eu tinha um álbum de figurinhas e uma revistinha-enciclopédia de Star Wars. Minha imaginação infantil foi presenteado desde cedo com planetas, alienígenas e máquinas de guerra fantásticas. Era tudo de brilhar os olhos. Sem nunca ter assistido nada da franquia, já conhecia o que era um x-wing, um tie fighter e um AT-AT. Nessa época, era tão novo e inocente que suspeitava que todos aqueles ets eram de fato reais.

A primeira vez que assisti Star Wars não devia ter mais que uns 8 anos. Perto de casa tinha uma locadora/gamer onde eu era muito bem tratado, afinal, o dono e os funcionários me conheciam bem. Além de jogar snes por 1 real a hora, também costumava presenteá-los com desenhos que fazia. Bons tempos aqueles. Uma vez conversando com Renato, meu atendente favorito (me pergunto onde ele está hoje) comentei sobre esse tal Star Wars. Ele disse que era uma das obras mais iradas do cinema... me explicou que começava do filme IV e que não existia o filme I (era antes da prequela) para minha confusão. Ele também me sugeriu alugar o VHS de "Uma Nova Esperança" o que prontamente fiz com apoio financeiro do meu pai. A verdade é que não gostei do filme... pelo menos do final. Os filmes com continuação que já tinha assistido sempre possuíam finais bem fechados, como o "Exterminador do Futuro" que foi minha referência de comparação. Mas nesse tal de Star Wars, os mocinhos ganham apenas uma medalha e mais nada e o vilão... o Dark Veider, muito maneiro por sinal, fica perdido no espaço, com sua nave girando! Que coisa! Eu não aluguei a continuação.

Anos mais tarde, o SBT preparando o caminho da prequela que estava para ser lançada começou a exibir os filmes em TV aberta e resolvi assistir. Nessa época, eu já conseguia entender melhor as coisas, mas não conhecia nada de Star Wars, além do primeiro filme que tinha visto na pequena infância. Quanto ao filme perdoem a expressão de baixo calão, mas - "Chacais negros!" era um filme melhor que outro. E quando Darth Vader revelou ser o pai de Luke, meu queixo caiu! E foi assim que virei um fã.

Star Wars foi minha franquia favorita por muito tempo, na verdade, foi através dela que entendi o conceito de franquia. Sempre me considerei fã de Star Wars e nem a Disney pode me roubar isso. No entanto, nunca me considerei fã hardcore a ponto de ter que consumir tudo que é produzido. O objetivo desse tópico, é expor minha relação com a franquia para você leitor, entender de onde vem a crítica que será feita na próxima postagem. Então, eis minha relação com diversos produtos clássicos pré-midas:
  • Trilogia Original: Assisti e amei todos!
  • Trilogia Prequela: Assisti e amei todos, porém não tanto quanto ao original. Meu filme favorito por incrível que pareça é o primeiro, muito por fator de nostalgia. Quando assisti ainda era muito criança e gostei bastante de Jar Jar Binks e acima de tudo da corrida do final.
  • Games: O fps que mais joguei na vida foi SW Battlefront 2  no qual tinha o original. Também joguei muito SW Episode I racer pru N64, afinal, acho muito irado a corrida. Nunca joguei o clássico KotOR, não tinha PC quando o game foi lançado e depois abusei o gênero de RPG e mundo aberto.
  • Desenhos: Assisti o desenho animado das guerras clónicas, a animação 3D não. Apesar de ser um sucesso de crítica não sou chegado a animação 3D.
  • Brinquedos: Até hoje tenho um speeder.
  • HQs: Li bastante os Cavaleiros da Velha República. Eu não gosto como a força perdeu a sutileza e virou um superpoder no universo expandido (tema que rende muita discursão em fóruns), então não vejo com bons olhos as HQs.
  • Livros: Li a trilogia Thrawn e achei boa.

Me considero um fã moderado, explorei bastante os produtos da série, mas nunca tive a necessidade de consumir tudo lançado. Até meus 18 anos posso afirmar que Star Wars foi minha franquia favorita. Mas, tal preferência foi sendo minada a medida que os poderes da força aumentavam no universo expandido e meus horizontes aumentavam ao conhecer outras grandes obras. De qualquer forma, pra mim, a franquia sempre girou e foi carregada pelos filmes principais. 

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

A Queda de Star Wars - Parte 1 - O Midas Inverso


 CONTEMPLEM!!! A QUEDA DE STAR WARS - O MIDAS INVERSO
Uma galáxia tomada por ideologia e progressismo

Esse tópico faz parte de um conjunto de postagens referente ao meu posicionamento pessoal em relação a franquia de Star Wars após ser adquirida pela Disney. A motivação para o tópico foi uma conversa sobre o assunto num grupo do wpp. O pessoal se interessou pela minha opinião e fiquei devendo uma explicação, porém, entretanto, todavia... esse é um tema que já abordei várias outras vezes em fóruns na internet (essa é a quinta vez) e estou cansando de discutir isso. Então, pretendo registrar meu pensamento de uma vez por todas no blog afim de que nunca mais precise repeti-lo.

Antes de mais nada, irei expor minha posição para o caro leitor não venha a perder tempo lendo, lendo e lendo, para só depois descobrir meu veredito como muitos fazem por aí. Então vamos lá...

Hoje boicoto os produtos da Disney. Todos os produtos. De mim, eles não terão nada. Procuro evitar até mesmo consumir pirataria da empresa. A única exceção é quando algo repercuti tão positivamente que resolvo assistir (pirateado claro) para ver os rumos que eles estão tomando. Essa minha repulsa se deu pelo tratamento concedido a Star Wars.

Star Wars original é uma obra de arte capaz de transcender gerações e com um enorme impacto cultural. A primeira trilogia angariou uma base tremenda de fãs e vai repercutir pela eternidade. Então, a Disney tocou... e o resultado foi impressionante. A nova trilogia conseguiu nulificar a franquia, dividir a base de fãs e está fadada ao esquecimento. O motivo disso é simples, sequestro "progressista". Toda e qualquer preocupação com a arte sumiu, assim como o respeito aos fãs. Star Wars virou uma enorme plataforma de panfletagem ideológica que esvaziou sua mágica.

Nos tópicos que se seguirão irei expor minhas críticas sobre a nova trilogia. Que fique claro: meu argumento não será baseado em panfletagem ideológica, personagens rasos ou na miríade de erros bobos de roteiro. Tudo isso está mais do que exposto em outro recintos virtuais. Minha crítica será mais geral, irei dissecar Star Wars e mostrar sua espinha e como a Disney corrompeu a própria estrutura da franquia subvertendo sua essência. 

De bônus também irei mostrar tecnicamente porque Rey é uma personagem tão ruim e seu papel no fracasso da trilogia. E discorrerei sobre como que um verdadeiro fã da franquia deve lidar e encarar esse assalto. Mas, antes de tudo, irei apresentar minha história como Star Wars. 

terça-feira, 31 de agosto de 2021

Da Archive


 CONTEMPLEM!!! O DA ARCHIVE!!!
It's Da Archive!!!

Eis um dos muitos segredos do Sonhonauta, pouco conhecido pela comunidade rpgista brasileira. O Da Archive.

O Da Archive é um documento da época do 4chan, hoje mantido no /tg com os links para repositórios de rpg de várias pessoas do mundo adeptas do compartilhamento de material. São lançados novas versões do Da Archive regularmente com links atualizados, visto que sempre é incluído novos conteúdos e diretórios são derrubados. Além disso, existe o Da Curated Archive e o Da Archive Annex. Pra acessar o documento basta buscar no google e seguir suas instruções. 

Porque não compartilhar o link aqui? Porque não faz sentido. O documento está fadado a desatualização, sempre é lançado versões atualizadas dele. 

Amalgamos e a Ética Libertária

 
CONTEMPLEM!!! AMALGAMOS E A ÉTICA LIBERTÁRIA!!!
Mais um tratado...

Os anões criaram uma poderosa magia, os registros rúnicos... Runas de poder escritas no próprio cosmos tornam o conhecimento acessível a todos!

1000 anos se passaram e o domínio da linguagem das runas finalmente se populariza. A escassez de conhecimento foi eliminada na União da Alvorada. Até o mais humildade pode acessar os registros dos anões e obter qualquer informação que deseje. No entanto... existem os insatisfeitos.

Magos mesquinhos não querem que suas fórmulas cheguem nas mãos de qualquer um, colégios de bardos gananciosos desejam dinheiro por seus contos e canções. Logo eles se juntam e tecem um terrível encantamento. Sussurram uma mentira poderosa nos ouvidos dos reis da Alvorada. E quando a magia não funciona, sempre existe o ouro.

Magistas agora vigiam os registros rúnicos, cavaleiros leais ao império punem qualquer infrator. Informação, conhecimento e cultura novamente voltam a escassez. O feitiço toma a mente de todos e o Liche das Estrelas se diverte.

"É injusto eu não ser pago pela minha produção! Ninguém vai produzir arte e conhecimento de graça! Isso é pirataria!" - Disseram Eles.

-x-

Quando a humanidade consegue superar a escassez de conhecimento e cultura, sofremos um retrocesso por parte do estado e de outros conluios mesquinhos. O cerco contra o compartilhamento de informação na internet está cada vez pior. É triste ver o resultado dessa magia que inverteu a moral das coisas. Mais revoltante é ver gente comum, defendendo empresas e aceitando esse discurso em que o bom é ruim e o ruim é o bom.

Devo a conteúdo gratuito encontrado na internet a maior parte da minha formação. Isso vai desde scans de gibis, games, filmes e até pdfs de livros mais elevados. Não compro a ideia que tal ato prejudica o produtor de conteúdo. É de responsabilidade dele obter meio de rendimento de sua obra no mundo compartilhado... e existem muitos meios para isso: financiamento coletivo, propagandas, conteúdo (não digital) exclusivo, conteúdo customizado, prestação de serviço, etc. Também não compro a ideia de que isso ia acabar com a geração de novos conteúdos... não... apenas ocorreria uma transformação. Vide esse humilde blog e tantos outros cheios de conteúdo. 

Esse blog se compromete a ter seu conteúdo totalmente gratuito e se coloca contra todas as medidas anti-compartilhamento. Regular a internet para impedir o compartilhamento de conteúdo é um ato imoral. Para interessados no tema, divulgo a obra Contra a Propriedade Intelectual editado pelo Instituto Mises Brasil.

domingo, 25 de julho de 2021

Ética de Amalgamos RPG


CONTEMPLEM!!! A ÉTICA DE AMALGAMOS!!!
Fácil de entender

Esse é um tópico direcionado para jogadores iniciantes, fruto de anos de experiência jogando RPG. Ele visa informar novos jogadores sobre a ética e etiqueta do hobby, evitando momentos chatos. Afinal, esse é um jogo coletivo, onde todos devem se divertir... inclusive o mestre (não se esqueçam dele)!

No RPG, um personagem pode tentar realizar qualquer ação, desde andar plantando bananeira ou voar batendo os abraços e imitando uma galinha. Se ele vai ser bem sucedido na empreitada depende das regras e dos dados.

No entanto, entretanto, todavia... O rpg é um jogo social. Embora existam cenários e sistemas que coloquem jogadores uns contra os outros, que os espalhem com diferentes propósitos... isso não ocorre em Amalgamos RPG. A liberdade exige responsabilidade e para um bom andamento do jogo, são definidas algumas regras de convivência básicas.

1. Não desmoralizar personagens de outros jogadores
O brutamonte empurrar o mago do grupo, o ladino abaixar as calças do brutamonte, o mago enfeitiçar a mente do ladino... Essas situações são chatas e geram atritos. Como mestre, esses tipos de ações serão punidas com fracasso imediato e tiro sairá pela culatra desmoralizando o agressor.

2. Não separar o grupo
RPG é um jogo de grupo e o grupo deve permanecer unido até o fim. Isso não significa que os membros dos grupos não possam se separar para cada um exercer melhor sua função no jogo. No entanto, caso o grupo não entre em um consenso, ele não pode se desfazer, com cada personagem seguindo um caminho diferente. 

3. Respeitar o que não entende
Discutir civilizadamente alguma decisão do mestre é perfeitamente normal, seja argumentar alguma penalidade imposta ou clarificar alguma ação mal interpretada pelo mestre. No entanto, os jogadores são expostos a situações que não entendem, como uma flecha saída de lugar nenhum ou uma magia que não funciona contra determinado alvo. Isso não é motivo para se exaltar e atrapalhar a diversão do mestre e dos demais jogadores... pelo contrário, é uma informação para ser analisada, uma peça de quebra-cabeça que compõe o quadro geral.

4. Não comparar o mestre
Uma regra de etiqueta é não comparar o mestre com outros. Existem muitos mestres expostos no youtube e twitch, todos com estilo próprio, alguns mais focados na atuação, outros na narrativa, outros na mecânica ou estratégia. Não cometa a gafe de comparar seu mestre, principalmente com outro de visão de jogo e estilo diferente. Se lembre que 2 tigres não ocupam a mesma montanha.

5. Prezar pelo jogo fluído
Existem muitas combinações de regras que o jogador pode buscar para otimizar seu personagem. Mas lembre-se, opte pelo jogo fluído. Algumas combinações, por mais que estejam nas regras, podem dificultar a gerência do mestre e estragar com a diversão dele. 

sexta-feira, 16 de julho de 2021

A Importância do Cenário no RPG

 
CONTEMPLEM!!! A IMPORTÂNCIA DO CENÁRIO DO RPG!!!
Mais um tratado

Muitos acreditam que o cenário é de suma importância para um jogo de rpg. Ledo engano, o cenário sequer é necessário para o andamento de uma mesa. Veja bem... um sistema inadequado ou intragável dificulta o jogo, aventuras ruins não divertem ninguém e um mestre papangú é capaz de arruinar a mesa. Mas o cenário, ele é meramente opcional. É perfeitamente possível fazer uma campanha com um cenário genérico, sem nada de lore.

Agora é bem incongruente um blog sobre um cenário afirmar que o cenário não tem importância! Se você pensou isso leitor, temo que você precisa se preparar mais pra se aventurar em Amalgamos... Não existe lugar pra interpretações erradas onde a morte te espera na esquina. Apesar do cenário ser dispensável, ele tem sim sua importância e em nenhum momento foi dito que ela não existia. Vamos discutir um pouco sobre cenários e seu papel no rpg de forma abstrata e sem levar em consideração a qualidade dos mesmos.  

Em primeiro lugar, o cenário é o domínio do mestre. Particularmente eu gosto de escrever meu cenário e me divirto fazendo isso. A minha principal diversão como mestre é a atividade de worldbuilding onde tenho o prazer de derramar meu espírito. Mas que fique claro, faço isso por mim e não pelos jogadores. É triste, mas sequer espero que meu blog seja acompanhado. Além disso, acredito que aqueles que afirmam fazer o worldbuilding em prol do grupo, estão apenas tentando se enganar... basta pegar um material pronto e está tudo resolvido.

Já para os jogadores, um cenário não genérico aumenta a capacidade de imersão e passa a sensação de permanência e de capacidade de alteração do mundo, o que consequentemente aumenta o engajamento. Além disso, um cenário particular, torna o jogo especial, a medida que os personagens dos jogadores são capazes de afetar o mundo oficial, diferente de um forgotten realms. Por fim, um cenário sempre que atualizado se mostra vivo e obviamente, é mais empolgante jogar um game com atualizações constantes do que um já morto. 

Ainda faço uma ressalva. Creio que o jogador não precisa sequer conhecer o cenário. Saber que ele existe e que ele é atualizado já é suficiente para incentivar um engajamento de forma superior a o uso de um cenário genérico.

Resumo 
O cenário é importante para a diversão do mestre e o engajamento dos jogadores.

quarta-feira, 16 de junho de 2021

A Involução do RPG

 
CONTEMPLEM!!! A INVOLUÇÃO DO RPG!!!
Panorama do D&D

Todas as gerações possuem características diferentes e influenciam na história do rpg adicionando coisas boas e outras não tão boas. Esse é um tópico sobre as coisas não tão boas que a geração atual vem adicionando no meu amado hobby.

A gana por opções fez com que a D&D3 tivesse talentos pra tudo, além de famigeradas classes de prestígio. A influência dos games fez com que D&D4 tivesse uma carga gigante de crunch. Mas nessa quinta edição o veneno veio no fluff.

Muito compreensível!

Os trabalhos atuais estão me matando de nojo, é muito pau-molismo... O problema é que as companhias e os designers preferem pagar pedágio pra diversidade e o politicamente correto ao invés de se preocuparem com a magia. O resultado é a perda de sabor!

Não duvido que a WotC e a Paizo estejam lucrando infernos, afinal a nova geração não tem com o que comparar, além disso, sempre tem o pessoal moderninho cujo o supra sumo da felicidade é militar. Mas nem nos tempos das caça às bruxas a influência da opinião pública foi tão negativa para o hobby. É preferível que o assassino seja removido do livro básico, pra fazer sua aparição em suplementos do que transformá-lo num emo justiceiro social. 

Só observem o pau-molismo dessa geração...

Bom!

Olhem só essa imagem! Uma bruxa do mar, uma da noite e uma bruxa verde. Todas ao redor de um caldeirão, de onde sai um braço suplicante. Essa é uma bela imagem, capaz de encher a pessoa de inspiração. O traço não é complexo, os tons são escuros e as figuras são deformadas e sinistras dando espaço pra imaginação. Essa imagem saiu de um suplemento de Ravenloft de 1991.

Mau!

Olha só isso! Uma ilustração de 3 bruxas, uma verde, uma da noite e a outra do mar, todas em torno do caldeirão provavelmente inspirada pela ilustração acima. Essa imagem é também de um suplemento de Ravenloft, especificamente o: Van Richten's Guide to Ravenloft, de maio desse ano. Amigos! O que é isso? Qual o sabor tem isso? Eu não tenho palavras suficientes para expressar minha frustração. Então, que vocês imaginem o que estou sentindo...

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Louros da 4ª Edição

 
CONTEMPLEM!!! OS LOUROS DA 4ª EDIÇÃO!!!
Uma edição controversa

A famigerada 4ª Edição é odiada por muitos na comunidade de D&D, principalmente pelos membros mais old school. Nunca tive a oportunidade de jogar e sinceramente não faço questão por vários motivos. Mas esse não é um tópico de críticas, mas sim de elogios.

Depois de 7 anos de seu lançamento, posso dizer que de todos os materiais oficiais de D&D, os livros da 4ª Edição são os que eu mais consulto. O fluff dessa versão, apesar de escondido sobre tralhas de crunche, é bom! A equipe obteve um ótimo resultado reimaginando conceitos antigos e tenho certeza que isso exigiu bastante coragem. Muita coisa que considerava boba ou sem uso, recebeu uma nova interpretação afetando sua própria mecânica. Além disso, o texto dos livros são diretos, simples e organizados e o mais importante, cheios de sabor. 

Eis os meus conceitos favoritos:

  • Raças: As raças tradicionais foram interpretadas de forma heroica o que foi muito bem vindo. Minha opinião é que a 4ª Edição possui a melhor descrição de raças quando comparando apenas os livros básicos. 
  • Monstros: Alguns monstros totalmente randons foram reimaginados concedendo-os um sabor único. Vide os formorianos.
  • Planos: Sempre considerei a cosmologia original do D&D sem graça e difícil de encaixar em aventuras. Os planos de Pontos de Luz, o cenário padrão da 4ª Edição é tudo de bom.
  • Minions: Monstros de 1 PV. É muito satisfatório cerca o grupo com hordas de monstros que morrem com um ataque.
  • Desafios Sistematizados: O livro do mestres dessa versão sistematiza bem os desafios, desde corridas de dados, até enigmas e sobrevivência a ambientes hostis.
My ladies

Pra tudo isso, eu tiro meu chapéu e digo que Amalgamos RPG é cheio da 4ª Edição. 

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Sobre nomes e imagens


CONTEMPLEM!!! DIVAGAÇÕES SOBRE NOMES E IMAGENS!!!
Mais uma divagação

Se existe uma coisa que eu prezo na criação do blog, do cenário e do sistema é o uso de nomes e imagens certos. 

Quanto as imagens, lhes digo uma coisa... rpg pra mim é extremamente visual. Particularmente, eu acho intragável um blog ou livro de rpg sem imagens. Já devo ter rejeitados muitos bons blogs e livros devido a falta desse detalhe, nem um pouco pequeno. 

E quanto a livros de monstros? Pra mim é uma heresia publicar um livro de monstros sem a ilustração e o pior, é o que mais acontece. Me doí no coração saber que o meu amado Castles & Crusaders que já me inspirou profundamente em várias ocasiões possui um bestiário não ilustrado.

Montagem do Sonhonauta

Nesse blog, eu me recuso a postar algo sem uma ilustração. Muitas vezes já mudei o conteúdo do post pra combinar com a ilustração, outras vezes, deixei de postar por não encontrar ilustrações que me agradaram. Um exemplo, foi o post sobre armaduras que segurei 2 anos como rascunho antes de publicar com todas as imagens. Meu tique é tão grande que chego a por as mãos na massa e fazer minhas próprias montagens, como a imagem acima dos "elementos da magia", o que me dá muito trabalho... e o resultado não é tão bom... mas as vezes é utilizável. 😀

Antiga imagem de Aprimorar Habilidade

O mais difícil disso é encontrar imagens apropriadas para magias. Tem muitas magias que já troquei a imagem, como o toureiro de Aprimorar Habilidade que virou o Popeye. Ainda tem muitas imagens de magias que não estou satisfeito... espero um dia, encontrar algo que me agrade para substituí-las devidamente. Enquanto isso não acontece, tenho que conviver com as aberrações. 😡

Mas não é apenas as imagens que perturbam meu ser. Nomes também... Creio que eu seja um dos poucos mestres que aportuguesa tudo que pode. Tenho grande orgulho de ter transformado "halflings" em "pequeninos" e "cocatrice" em "cocatrix" e ainda me cobro um nome decente pra substituir "goblins"...  A feia disputa sobre a tradução de "goblins" para "gobelins" nas novas  edições do Senhor dos Anéis me encheu de inspiração.

Mas porque toda essa atenção para os nomes? Não é apenas a questão do feeling, pois para veteranos do rpg, certas coisas já estão enraizadas, como o nome "ranger". Porque então?

Eu escrevo meu cenário e meu sistema como se estivesse escrevendo-o para meu filho, imagino sempre um garoto pequeno, descobrindo as maravilhas da fantasia e assim transcendendo com sua imaginação. Meu desejo é que esse cenário seja próximo desse garoto, sem "jonhs" ou "joes", mas com "joões" e "zés". Sem nomes muitos complexos como "arcano" ou "iluminado", mas com nomes simples e saborosos como "mágico" e "místico".  

Por causa disso, eu faço um esforço constante modificando as imagens e nomes do blog... e continuarei fazendo sempre que encontrar uma imagem melhor ou um nome que melhor me agrade.

sábado, 4 de abril de 2020

Sobre o Background


CONTEMPLEM!!! SOBRE O BACKGROUND!!!
Nada de meninos especiais

É uma prática dos RPGs modernos o background de um personagem ter forte influência na narrativa. A media que o jogo vai transcorrendo, o narrador vai abrindo o conhecimento para o jogador de acordo com o conhecimento do personagem. Mas em Amalgamos RPG, o conhecimento do jogador e do personagem são sincronizados. Então deixe-me disser uma coisa importante:

O BACKGROUND NÃO TE  DÁ VANTAGENS!!!

Minha visão de RPG é simples. RPG é um jogo, não uma peça de teatro. O background do seu personagem não vai fazer com que eu, o mestre, te der vantagens genéricas, como dicas... O jogador que tem a responsabilidade de usar suas competências para obter informações. Ou seja, perceber os gatilhos que permite tal competência ser usada e assim, acioná-la.

Nunca venha buscar dicas genéricas usando o background como: "Meu personagem é um elfo de 1000 anos, ele deve saber de alguma informação especial, ou de um meio de sair dessa situação." Não é assim que Amalgamos RPG funciona. Lembre-se, o conhecimento do personagem é sincronizado com o conhecimento do jogador.

Sobre o OFF


CONTEMPLEM!!! SOBRE O OFF!!!
Faça assim... faça assado... mas não faça isso!

O off é quando um jogador fala como o personagem do outro deve se comportar quando seu personagem não está presente ou envolvido na situação. Quanto a isso, eu tenho uma coisa muito importante pra falar:

OFF NÃO É META-JOGO! OFF É ANTI-JOGO!

O off não é a sincronização do conhecimento do jogador com o seu personagem. O off é um jogador jogando pelo outro.

O RPG consiste numa série de desafios mentais que devem ser superados e também de uma série de decisões que devem ser tomadas e que terão repercussões. Existem momentos que esses desafios devem ser superados em grupo, assim como as decisões devem ser tomadas em grupo. Mas também existem momentos que um determinado jogador deve brilhar, geralmente, tomando decisões que envolvem unicamente o futuro de seu personagem.  

Não é saudável para diversão quando um jogador tem suas ações abafadas pelos pitacos dos outros e quando um outro jogador que jogar por todo o grupo. Off é uma prática anti-jogo e uma das poucas punidas com perda de XP.

Sobre o Meta-Jogo


CONTEMPLEM!!! SOBRE O META-JOGO!!!
Sei que vou me fuder... mas vou!!!

Tenho uma coisa pra dizer a vocês. Uma coisa muito importante. Uma coisa que estou cansado de repetir na mesa do jogo. Prestem muita atenção:

O META-JOGO FAZ PARTE DO JOGO!!!

Em outras palavras... o conhecimento que você jogador tem, é o conhecimento que seu personagem tem. 

Uma das maiores armadilhas dos RPG moderno é separar o jogo do meta-jogo. É algo que destrói profundamente a diversão. Nunca se esqueça que rpg é um jogo e não uma peça de teatro. 

Quando o mestre diz: "Você não pode agir assim, seu personagem não sabe disso!" 
Ele está sendo preguiçoso.

Quando o jogador diz: "Eu não vou fazer isso, meu personagem não sabe disso!" 
Ele está sendo estúpido.

Se você, jogador, deseja interpretar seu personagem de determinada forma para que ele seja mais convincente e  você se diverte com isso, ótimo! Mas nunca culpe o meta-jogo.

Um bom exemplo disso, nas nossas sessões, foi quando Alistar, guiado por um sonho correu pra socorrer seu companheiros que estavam em perigo. O meta-jogo foi contornado, por uma simples desculpa de um sonho.

O RPG oferece uma série de desafios mentais que devem ser superados. O meta-jogo é apenas uma ferramenta para tal. No caso do jogador, não faz sentido, escolher a estupidez para ignorar os desafios. E se o mestre faz desafios que o jogador precisa ignorar o meta-jogo pra superá-lo, bem... isso já não é desafio é forçar o jogador a estupidez.

Então, irmãos masmorras, o tempo que vocês estão "sem jogar", discutindo as estratégias, também faz parte do jogo. Eu, é claro, acolho esse tempo... obviamente, se demorar demais vou reclamar, porque também, não é a casa de mãe Joana e eu quero jogar.

Além do mais, quando quero que alguém não tenha uma informação, uso um truque muito simples. Sussurro no ouvido de quem vai receber a informação. Mostro a imagem apenas pra uma pessoa. Ou, em casos espetaculares, posso pedir pra aqueles que não devem ter acesso a informação se retirarem da sala.

sábado, 16 de fevereiro de 2019

A Tradição da Lótus


CONTEMPLEM!!! A TRADIÇÃO DA LÓTUS!!!
As muitas Lótus

A lótus é a flor por excelência, sua forma e suas cores casam perfeitamente com a imagem da flor impressa no inconsciente coletivo. Não obstante, o símbolo da flor de lótus está impregnado em diversas culturas e tudo o que foi pensando sobre essa flor é um enorme tesouro. 

Embora o Sonhonauta deseje se ausentar numa missão de arqueologia mágica afim de descobrir os tesouros da lótus, ele não tem tempo para isso. O máximo que posso fazer é jogar ao meu leitor algumas migalhas, pois antes de tratar desse tema no meu cenário, me sinto obrigado a prestar as devidas reverências a essa flor tão mística, explicando um pouco de sua tradição.

Lembro ao aventureiro de não tratar o assunto de forma leviana. Uma parte importante da vida consiste em dar ou captar o sentido e significado das coisas. Assim, o símbolo se faz importante ferramenta, um verdadeiro portal para novos mundos. Saiba utilizar esse portal.


A flor de  lótus é uma planta aquática, ela germina no fundo de lagos e riachos, muitas vezes lodosa, para florescer pura sob a luz do  sol, entrando em contraste com a negra água. É essa imagem que irá despertar a imaginação dos orientais que irão dar grande importância a flor em suas culturas.

Buda segurando uma lótus

A lótus é um símbolo recorrente na religião e na arte budista. A flor representa a pureza espiritual que nasce imaculada na água lodosa. A flor também representa o ciclo da vida, pois cresce na água lamacentas associada a ignorância e aos desejos carnais para desabrochar iluminada pelo sol. De fato, existem muitas imagens de Buda segurando uma lótus, segurando a metáfora da vida.

Lótus de 8 Pétalas + Roda da Lei e Buda sobre Lótus

Ainda no budismo, a lótus de 8 pétalas representam todas as direções do mundo, e com isso, a harmônia cósmica. Assim podemos encontrar a imagem da lótus de 8 folhas unida a roda da lei ou dharmachakra, outro símbolo principal do budismo. Assim também surge o tema de Buda sentado sobre a lótus. Diz a tradição, que nasciam lótus das pegadas de buda.

Para fechar o tema no budismo, diferentes cores de lótus possuem significados diversos:

  • Lótus Azul: Significa a vitória do espírito sobre a sabedoria, inteligência e conhecimento. Ou seja, uma espiritualidade ligada a vida sem amarras a uma "vontade de conhecimento".
  • Lótus Branca: Representa a pureza e perfeição do espírito.
  • Lótus Vermelha: Está ligada ao coração e representa as virtudes do amor e compaixão.
  • Lótus Rosa: Lótus principal,  a verdadeira flor do próprio Buda.
  • Botão da Lótus: Símbolo da iluminação, do nirvana.


Ganesha, Laxmi e muitas Lótus

Já no hinduísmo, a lótus é símbolo da prosperidade, da perfeição, da eternidade e do divino. Muitos deuses hindus estão associados com a lótus. Laxmi, deusa da prosperidade parece sobre uma lótus. Já Ganesha, o fofo deus-elefante, removedor de obstáculos e patrono das ciências e intelecto, é representado com flores de lótus em sua cabeça.    

Os Chacras

Também no hinduísmo, a lótus é o símbolo dos chacras, centros energéticos do corpo.  Além disso, a lótus de 1000 pétalas, que representa a consciência superior das divindades, ou melhor, a totalidade da revelação espiritual.

Anjinha de Bônus

Para fechar a parte mais oriental do oriente... na cultura e literatura clássica asiáticas, a lótus representa o ideal feminino, elegante, gracioso, puro e belo.

Cruz sobre a Lótus

Agora iremos  fazer a ponte entre o oriente e o ocidente, para isso usaremos o bom e velho cristianismo. Conforme a tradição cristã, São Tomé, aquele que duvidou da ressurreição e teve que cutucar a ferida de Jesus, viajou para Índia, onde evangelizou os nativos do local. De fato, existem comunidades cristãs na Índia que datam do séc. I e se denominam cristãos de São Tomé. Essas comunidades que são católicas em comunhão com Roma ou ortodoxas, ostentam como símbolo a linda cruz de São Tomé. A cruz fruto do intercâmbio cultural repousa sobre uma flor de lótus, carregando todo o significado de pureza.

Clássico vs Moderno

Mas essa não é a única aparição da lótus no cristianismo. Não... o cristianismo também guarda um uso bem interessante para a lótus. O esconderijo do Beemote (Behemoth), como atestado no livro de Jó.

"15.Vê Beemot, que criei contigo, que nutre-se de erva como o boi.* 16.Sua força reside nos rins e seu vigor nos músculos do ventre. 17.Levanta sua cauda como um cedro. Os nervos de suas coxas são entrelaçados. 18.Seus ossos são como tubos de bronze e sua carcaça como barras de ferro. 19.É obra-prima de Deus, foi criado como o soberano de seus companheiros. 20.As montanhas fornecem-lhe a pastagem e todos os animais dos campos divertem-se em volta dele. 21.Deita-se sob os lótus, no esconderijo dos caniços e dos brejos. 22.Os lótus cobrem-no com sua sombra e os salgueiros da margem o cercam."
Jó, 40 - Bíblia Católica Online
Leia mais em: https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/jo/40/

Uma vez que estamos no cristianismo, a Grécia está em um pulo. E apesar de que a lótus grega possa não ser a mesma lótus da tradição oriental e sim uma flor mais mítica e fantástica. Nada nos custa estimular a imaginação e juntar tudo para melhorar a diversão.

Lotófagos

Na Odisseia, Odisseu envia 3 homens para explorar a terra dos lotófagos (comedores de lótus), mas lá eles comeram flor, que tinha aroma suave de mel e assim esqueceram sua missão. Esses homens tiveram que voltar ao navio amarrados. E assim vemos o surgir da lótus como droga capaz de seduzir a pessoa para uma vida despreocupa.

S2 Lótis S2

E para trazer luxúria a fórmula, Ovídio nos conta da ninfa Lótis, que quase foi violada por Priapus, um condenável sátiro safado. Na fuga, ela se transformou em um arbusto capaz de dar flores púrpuras, chamadas lótus, devido ao nome da ninfa. 

Sacerdote egípcio e sua lótus 

Continuando a jornada, vamos da Grécia para o Egito... No antigo Egito, a lótus volta a assumir um significado mais místico. Para os antigos egípcios, a lótus estava associada ao sol e a origem do mundo, pois, nascia das águas primordiais do Nilo para emergi sob a luz do sol. E dessa forma, a flor de lótus também representava o renascimento, sendo utilizada em vários rituais e ornamentos religiosos.

Por Crom!!!

Para terminar a catalogação da aparição da lótus no ocidente não poderia faltar o exótico anti-gnosticismo de Howard em seu Conan. Na série do cimério, a lótus é mencionada várias vezes e em várias cores, temos a lótus amarela, a púrpura, a cinza e a negra. Elas são usadas como sucos estimulantes, drogas oníricas e venenos mortais. Em especial, cito a lótus negra, cujo o veneno é uma das contribuições de Howard que tenho mais apreço. Não importa a CA quando se tem pó de lótus negra.

Sonhos de Lótus

Assim terminamos nossa viagem pelo mundo da lótus... agora vou beber meu chazinho e tirar um cochilo... nos vemos nos sonhos.

Referências:
Dicionário de Símbolos, Vários Autores, Editora Paulus
A linguagem dos Símbolos, David  Fontana, Publifolha
Brewer's Dictionary of Phrase and Fable, Brewer, Ebenezer Cobham
Série de Conan
Lotus Flower Meaning
Bíblia Católica
Mahavidya
Wikipedia: Cruz de São Tomé

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Tratados sobre Princesas II


CONTEMPLEM!!!
Continua sem explicação...

Continuando o post anterior sobre princesas, pretendo expor a maneira de como acho correto tratar as princesas... Aqui, vos ofereço a chave, ou melhor, 3 critérios (coração, beleza e poder) para interpretar e destrinchar as princesas pela perspectiva calabociana do Sonhonauta.

Coração: Ignorar o coração de uma princesa seria o mesmo de ignorar a honra de um cavaleiro. Para analisar esse critério serão julgados 4 pontos:
  • Paixão: Princesas são capazes de realizar grandes sacrifícios e suportar tremendos fardos pelo seu amor. De fato, a paixão de uma princesa pode levá-la a uma aventura tão heroica como a de qualquer cavaleiro.

    Encantando bichinhos...
  • Empatia: Capacidade da princesa de exercer caridade, misericórdia e se colocar no lugar dos outros. Basicamente, é a capacidade da princesa encantar bichinhos. 
  • Virtude: O dever chama, o certo precisa ser feito. Virtude é a capacidade da princesa realizar uma ação de forma sacrificial, ou seja, fazer certo, mesmo indo contra os seus desejos ou mesmo sua segurança. 
  • Diplomacia: Capacidade da princesa harmonizar grupos, seja um pequeno grupo de aventureiros ou mesmo uma nação inteira. Liderança faz parte da diplomacia, porém, a diplomacia não se resume a isso. Apenas charme da donzela pode servir de elemento harmonizador. Um exemplo seria a princesa Leia de Star Wars. Numa perspectiva global, ela é uma liderança entre os rebeldes. Mas, acima disso, ela é o elo que vai unir Luke e Han Solo. 

Nem todas as princesas possuem bom coração, algumas são mimadas, outras são malignas. Princesas mimadas possuem chance de redenção, as malignas geralmente são vilãs. Princesas ruins, considero falsas princesas, assim como considero cavaleiros ruins, falsos cavaleiros.

Beleza: A grande maioria das princesas são belas (Fiona é uma exceção). Mas não é a mera beleza física que esse critério se refere, mas sim uma beleza mágica capaz de energizar o homem a ponto dele realizar os maiores atos de bravura, criar as mais belas obras de arte e desenvolver as mais loucas invenções.

Essa é uma beleza venenosa, perigosa, a beleza do próprio Eros, que desperta ímpeto e tensão, que leva o homem a tentar ser melhor. Mas também pode levá-lo a perdição, a depressão, a loucura e a cegueira.

Serão utilizados 2 pontos para julgar esse critério. Eles estão mais relacionados ao comportamento da princesa do que sua aparência em si. É o comportamento da donzela que destacará sua beleza e como essa beleza afetará as pessoas ao redor.

Poucas conseguem combinar fofura com sex-appeal
Dejah Thoris, a original, é uma das que conseguem!!!
  • Fofura: Inocência e doçura da princesa, também envolve em menor grau a delicadeza. É a capacidade da donzela instigar o desejo de alguém protegê-la. A fofura não é oposta a força, até a mais atlética das donzelas podem ser fofas. Um atributo melhor oposto a fofura seria o sex appeal.
  • Sex Appeal: Capacidade de sedução, geralmente consiste numa manha, ou delicadeza maliciosa. Costuma se opor a fofura.

Poder:  Poder é poder, ora! Esse critério representa os recursos da princesa e sua capacidade de resolver um problemas, seja através de força física, mágica, dinheiro, aliados, etc. Claro que comparando um personagem com outro é necessário levar em consideração o cenário. Não é justo comparar a pequena sereia com a mulher maravilha. Assim como os outros critérios, o poder será medido em:

Pelo PODER do Prisma Lunar!!!
  • Força: Poder bruto da princesa, pode ser super-poderes, magia, inteligência, etc.
  • Manha: Esse é o poder sutil, a capacidade da princesa gerir ou manipular seus recursos para atingir seus objetivos. 

Que comece o desfile das princesas...

domingo, 14 de janeiro de 2018

Tratados sobre Princesas I


CONTEMPLEM!!! O TRATADO SOBRE PRINCESAS!!!
Amo princesas, não tem explicação!!!

Princesas são incríveis, princesas são lindas, princesas são legais. Existe um lugar reservado para princesas no meu coração e na minha imaginação. E digo em voz de trovão, o arquétipo da princesa é tão interessante, senão mais que arquétipos masculinos clássicos, como o cavaleiro, o bárbaro e o patrulheiro.

Aqui tem princesas!!!

Começo esse tratado com um elogio as princesas, pois nesses tempos sombrios, os morloques, criaturas que odeiam qualquer impulso de desenvolvimento ou nobreza, difamam as princesas (assim como os cavaleiros) e acabam enganando pessoas de bom coração com suas narrativas venenosas. No entanto, nessa terras dos sonhos, o Sonhonauta é o senhor supremo e esse discurso não terá vez.

A primeira princesa que tenho referência é Helena de Troia, do épico de Homero, Ilíada, base da cultura grega e consequentemente da cultura ocidental. Além de Helena, houveram muitas outras donzelas gregas e o hall de princesas sempre continuou a aumentar e se reinventar. Seguindo as donzelas gregas estão as princesas dos contos de fadas, dos romances de cavalaria, da literatura fantástica, da ficção científica e dos quadrinhos. Além delas, ainda temos as míticas princesas da história cuja a fama é tão grande que se fundem na fantasia. Exemplos dessas figuras são a super conhecida Cleópatra, Boadiceia, Semíramis, as santas princesas da idade média e a minha amada Princesa Isabel, rainha da Espanha, da América, de Covarga e minha também.

Chega a ser injusto comparar o arquétipo do cavaleiro, que começa a se formar nas baladas medievais para ser plenamente consolidado apenas com Lúlio no crepúsculo da idade média, o arquétipo do patrulheiro que nasce com Tolkien e o arquétipo do bárbaro que nasce com Howard, com as princesas que brilham desde a aurora de nossa cultura. Apenas mesmo o guerreiro, cuja as raízes são anteriores a própria história, pode ser colocado ao lado da princesa quanto ao impacto que exerce sobre nossa imaginação e subconsciente.

Tamanho é minha admiração por essas donzelas, que nos meus cenários sempre houve uma princesa como figura principal, a princesa do castelo de cristal, a Princesa das Estrelas. Essa figura misteriosa, ainda não foi bem trabalhada, não por falta de consideração, mas pelo contrário... Creio que minha imaginação não está madura o suficiente para retratá-la.

Em adição, a princesa seria uma ótima classe para estar lado a lado com o homem de armas, o mago e o ladrão. As regras para ela, já estão na ponta da imaginação (uma mistura de bardo, druida e ladrão), porém não vai para ponta da caneta pelo fato de minha mesa ser totalmente masculina. Espero um dia, trazer uma menina ao mundo, para presenteá-la com essa deliciosa classe. 

Nem a portadora da Triforça da Sabedoria aguenta...

Agora, já tive o desprazer de escutar: "Não quero que minha filha seja chamada de princesa." Facepalm imediato. Pensamento totalmente oposto ao meu, que julgo, ser fruto de uma imaginação debilitada e total ignorância ou menosprezo da história cultural. Claro, que julgamento tão brando, é consequência da minha misericórdia para pessoas que acredito que faltam apenas miolos e não possuem más intenções.

Por essas e outras, um dia ainda pretendo criar no blog, uma seção especial para princesas, onde irei expor minhas donzelas favoritas com todo o crunch necessário e mostrar mais uma vez o quanto as princesas são legais.

domingo, 3 de dezembro de 2017

Problemas com os Alinhamentos


CONTEMPLEM!!! OS PROBLEMAS COM OS ALINHAMENTOS!!!
Ninguém tem paciência comigo!

Continuando o tratado sobre os alinhamentos, desta vez irei abordar minhas insatisfações e os problemas que vejo na regra. 

Para mim, os alinhamentos são confusos por causa de 2 pontos:

(1) O limite e a relação entre os alinhamentos.

(2) O escopo do alinhamento: cósmico, político ou pessoal.

Essa confusão pode ser evidenciada nos problemas abaixo:

(1) O Problema do Abismo: A cosmologia clássica do D&D coloca os diabos e demônios em eterna guerra uns com os outros, isso é justificado pela diferença de alinhamentos Leal e Mau contra Caótico e Mau. Na minha opinião, isso é uma baita de uma besteira. Se diabos e demônios devoram-se uns aos outros é porque eles são maus e não por causa do eixo Lei/Caos. Esse problema recai no limite e relação entre os alinhamentos.

Hitalin

(2) O Problema do Socialismo: Na parte triste da história da humanidade, o socialismo e sua heresia, o nazismo, executaram um incontável número de pessoas sistematicamente. Não parece haver dúvidas de que se fosse escolhido um alinhamento para esses regimes seria Leal e Mal, afinal, os regimes estavam organizados, tinham um poder central, uma hierarquia e estavam inseridos numa tradição de pensamento. Mas note que isso é uma perspectiva puramente político. Particularmente, eu prefiro pensar nos alinhamentos numa perspectiva cósmica. Imagine um tal de Hitalin possui uma milícia e sai exterminando pessoas que considera inferior, tudo indica que a milícia seria Caótica e Má. A milícia cresce e toma o poder. Agora Hitalin se organiza e legaliza suas ações. Pode-se dizer que as ações de Hitalin ficaram mais previsíveis. Será? Ele pode simplesmente iniciar o extermínio de pessoas que discordam do seu partido. A única coisa que mudou é que agora ele tem poder para declarar sua palavra como lei. De uma perspectiva cósmica, as ações de Hitalin, são não naturais e imprevisíveis, estando ele no poder ou não. Dessa perspectiva, a regra das primeiras versões de D&D de existir uma relação Caos/Mau fazem todo o sentido.

(3) O Problema da Neutralidade: A neutralidade geralmente é definida como a apatia aos demais alinhamentos, como a preocupação individual acima da dos demais e as vezes como a tentativa de manter em equilíbrio as forças os demais alinhamentos. Mas todas essas ações enquadram o personagem no Mau/Caos. Se você ver uma pessoa precisando de ajuda e não oferece apoio certamente você está cometendo um ato vil, seja por apatia ou egoísmo. Mas sem sentido ainda é a questão do equilíbrio... O mundo está muito bom, então vou ser do mau pra balancear... A ideia do campeão eterno de Moorcock é furada e baseada numa interpretação incorreta da Lei e do Caos que o OD&D conseguiu escapar. A verdadeira neutralidade para mim só existe em criaturas não inteligentes, como animais, ou sem livre arbítrio, limitadas a se preocuparem com o próprio nariz.