CONTEMPLEM!!! O POVO PÁRIA!!!
Vai uma gaita mágica, chicó? |
Vagabundos, bêbados, mendigos, carrascos, torturadores, coveiros, médicos negros, abatedores, cata-lixos, foras-da-lei, contrabandistas, ladrões, rufiões, bruxas, cortesãs, prostitutas e mesmo gente desafortunada como órfãos, aleijados e enfermos abandonados. Esses formam o povo invisível, renegados por todos, totalmente a margem da sociedade. Eles sofrem do estigma de realizarem atos desonrosos ou realizarem atividades próximas da morte ou doença. Suas palavras não possuem valor e muitas vezes, suas vidas também.
O povo pária formam a mais baixa classe social. A palavra deles não vale nada... mais que isso, geralmente são levadas com desconfiança. Suas vidas também possuem pouca importância, é difícil que alguém venha proteger-lhes ou vingar-lhes em caso de algum mal. A infâmia é tanta. que mesmo um homem livre que trabalhe junto a eles verá o peso de sua palavra e o valor de sua vida perante a sociedade evaporando.
Na Alvorada, não existe demagogia, o homem é antes de mais nada, fruto de suas ações e escolhas*. Suportar uma vida penosa com dignidade é antes tudo um sinal de virtude. Mas, existem aqueles, que por vontade própria ou fraqueza moral preferem o destino da malandragem. Esses são os desprezados, possuem um status de quase "não-pessoas" e o senso comum é que esse destino é escolha deles mesmos.
A maioria dos párias costumam viver em guetos de grandes cidades ou vilas afastadas**. Esses guetos não necessariamente são pobres, pois alguns deles, conseguem acumular fortunas por meio de atividades ilegais. Grandes cidades possuem, infames guetos cheios de barata e ratos, ocupados por ladrões furtivos, piratas e gangues de bandoleiros, movimentados guetos onde atua o mercado negro e os guetos cheirosos das cortesãs e casas de jogos. Todos eles, possuem em comum a má reputação.
Ninguém tem paciência comigo! |
As autoridades não ligam para as vidas dos párias, a não ser que suas atividades estejam a atrapalhar a vida do povo comum. Apenas, o mais virtuoso dos delegados iria se incomodar pela morte de um deles, afinal, eles se matam o tempo todo, em brigas estúpidas, atividades perigosas e ilícitas e mesmo disputas de gangues. Muito pelo contrário... é mais comum um delegado sádico castigar ou mesmo matar um vagabundo ou ladrãozinho como aviso.
Embora, num primeiro momento, os párias pareçam não possuir qualquer importância no complexo tecido social, isso não é uma verdade. Eles são o refúgio de muitos, sejam aqueles que ganharam a inimizade da nobreza ou simplesmente não suportam a pressão social. Além disso, a falta de peso de suas palavras e a pouca necessidade de formalidade para com eles, acaba sendo uma válvula de escape para outros de classes sociais mais elevadas, um exemplo claro são as casas de diversões e cortesãs frequentada por ricos mercadores e nobres. Afinal, assediar uma camponesa pode dá errado, mas pra que isso quando se tem várias cortesãs a disposição.
* Esta no cânone do cenário que a União da Alvorada representa uma utopia, não falta oportunidade e cuidados para todos. No entanto, isso não significa o talhar da liberdade dos personagens, que podem negar as oportunidades por vários motivos sendo os principais: sabedoria pra reconhecê-las, coragem para pegá-las ou mesmo fraqueza moral.
** Guetos existem nas cidades da Alvorada como forma de acolher diversos cenários. Mas o tom das grandes cidades é de prosperidade e esperança, isso não pode ser esquecido. Mesmo tais locais, não necessariamente são decadentes, porém impõe perigo a suas moedas. Amalgamos, claro, se propõe em abarcar toda topologia da fantasia e um ambiente urbano mais sombrio e decadente é apresentado em Merunja.
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