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SONHO E MÁGICA!!! Venha incauto aventureiro... feche os olhos... adormeça... CONTEMPLE através do sonho os segredos de Amalgamos.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

A Tolice da Cláusula da Moralidade

 
CONTEMPLEM!!! A TOLICE DA CLÁUSULA DA MORALIDADE!!!
A meia-noite... Levarei sua Alma!

Com a discussão sobre novas licenças seja ela a OGL ou a ORC, muito vem se falando de inserção de uma cláusula de moralidade. Não é preciso dizer que se essa cláusula for inserida, ela irá embarcar todos os valores progressistas. No entanto, esse meu texto não é pra tratar sobre valores, mas sim, para mostrar a tolice que é inserir uma cláusula dessas.

Uma cláusula de moral numa licença é uma tolice total, um jogada de perda e perda para a empresa e uma análise racional demonstra rapidamente isso.

Imagine Zé do Caixão, uma figura icónica do terror brasileiro. Seus filmes tratam de temas pesados como assassinato, abusos, transcendência e também eugenia. Imagine que uma empresa resolva lançar um cenário de RPG no universo do Zé, abordando tanto o gore, como as temáticas mais refinadas. Certamente, seria um belo material pra buscar inspiração. Além disso, na minha opinião seria um cenário bem vindo que aborda um dos grandes ícones da cultura pop brasileira. Mas... e se alguém contestar? A empresa mantenedora da licença terá 2 opções, cancelar os direitos da third-party ou mantê-los.

O Cancelamento
Caso a mantenedora resolva cancelar os direitos da third-party, ela aliena parte de seu público, gera repúdio nesse público, deixa de lucrar e também destrói o trabalho e os investimentos da third-party, que inclusive poderá se voltar contra mantenedora, inclusive judicialmente. Além disso... qual seria o valor ético gerado? A third-party pode simplesmente lançar o produto fora da licença, apenas com uma maneira diferente de jogar os dados. O público que gosta da obra continuará gostando e talvez inclusive se engaje mais em consumir o produto proibido. O produto, poderá não estar no formato mais popular, mas continuará fácil acessá-lo. Em resumo, a mantenedora perde e não obtém nada.

A Preservação
Caso resolva preservar a obra, ela irritará uma parcela de pessoas militantes que irão atacar a marca podendo ferir a própria imagem da mantenedora. Fora isso, as sensibilidades mudam com o tempo. Se hoje, as pessoas consideram imoral o que era comum a 20 anos, o que será daqui a 20 anos? Poucas décadas atrás, o RPG era mal visto, bastante associado ao ocultismo. Imagine no futuro, a própria mantenedora ter sua imagem taxada de ter prejudicado o hobby de forma semelhante aos "caçadores de bruxas" de tempos atrás! Em resumo, a mantenedora perde e não obtém nada.

Conclusão
Uma cláusula de moralidade só irá trazer prejuízo a quem adotá-la. Empresa nenhuma precisa dessa responsabilidade. O melhor a se fazer é deixar o público decidir. Se lançado algum produto polêmico, é mais inteligente a mantenedora não se envolver enquanto o assunto esfria e ela se isenta de qualquer responsabilidade. Me custa acreditar que algo como uma cláusula moral irá passar nas futuras licenças, não é possível que não exista um gerente minimamente inteligente capaz de entender os contras dessa decisão. 

Consequências
Fora tudo isso, uma cláusula de moralidade será usada como arma por militantes. Prevejo resultados catastróficos caso algo assim siga em frente. Ademais, adianto que não irei aceitar nenhuma licença, seja OGL ou ORC que venha com cláusula de moralidade, preferindo desenvolver meu próprio sistema do zero. Não sou criança e posso muito bem escolher qual moralidade acho aceitável ou não sem precisar recorrer a um terceiro. Não irei dá suporte a nenhuma empresa que me trate de forma contrário.

domingo, 22 de janeiro de 2023

Paizo pela Liberdade


 CONTEMPLEM!!! A PAIZO!!!

Total Apoio


Nosso hobby passa por um momento de grande dificuldade devido a ganância dos executivos da WotC. Após a diminuição da receita devido ao fim da pandemia, a Hasbro resolveu capitalizar D&D resolvendo revogar tiranicamente a OGL. Para quem não sabe, a OGL é a licença que permite esse humilde blog publicar material customizado de D&D. 

Se a WotC continuasse com tal empreitada, nada mudaria para esse pequeno blog. Afinal, minha miúdes e comprometimento com a gratuidade de conteúdo provavelmente me fariam passar despercebido pelo radar da Hasbro. Além disso, meus valores pró-pirataria e contra propriedade intelectual me fariam  continuar com as atividades normalmente como se nada acontecesse.

No entanto, a história continuou e o backlash que a WotC levou do pequeno consumidor foi tão forte que eles resolveram voltar atrás... mas as coisas não acabam por aí!

Apesar de sermos pequenas sardinhas, esse mar também está cheio de peixões. E quem não gostou do anúncio da WotC foram as muitas e grandes empresas que capitalizam sobre RPG. Entre as minhas favoritas estão: Kobold Press Goodman Games, Monte Cook Games, Troll Lord Games. Mas além delas, existem muitas outras bastante insatisfeitas. 

Aí entra a Paizo. A Paizo foi uma empresa nascida da WotC, mais especificamente, nascida para assumir as publicações das revistas Dungeon e Dragons (2 revistas diferentes). Após a WotC não renovar a licença da Paizo, ela contra-atacou lançado o amado Pathfinder RPG, carinhosamente conhecido de D&D 3.75 e embrião da primeira versão de Amalgamos RPG. Na época de D&D 4, Pathfinder se tornou o sucessor espiritual do trabalho de Gygax e cia.

Agora, a Paizo lança não só um, mas 2 contra-golpes na WotC e com total apoio da comunidade de D&D, incluindo os peixões citados anteriormente. O primeiro golpe, é contestar na justiça a revogabilidade da OGL. O segundo é começar a trabalhar em sua própria licença a ORC ou Open RPG Creative License, seguindo os valores do open source. 

A WotC e D&D estão em um momento crítico. Eles perderam credibilidade e confiança, não apenas do rpgista médio, mas também das empresas third-party que agora apoiam a Paizo. O que vai acontecer é incerto, mas acredito que a Paizo, mas uma vez vai liderar os D&Derivados. Talvez, a única saída da WotC seja assumir a OGL como irrevogável.

Então voltamos para esse blog. Por mais que eu goste do meu humilde sistema, minhas ações e meu conteúdo se baseiam principalmente em valores. Mesmo se a OGL for mantida, caso a Paizo de fato lance uma licença que ofereça mais liberdade que a OGL, eu irei apoiar a Paizo, ainda que tenha que desistir do sistema e personalizar outro do zero. É acima de tudo, uma questão de princípios.